Sem dúvida que o furor causado pelo tema ASAE deve-se em grande parte à aceitação quer consciente como inconsciente do importante papel da mesa, da cozinha na cultura portuguesa, é importante em todas as culturas no nosso caso julgo especialmente importante.
A nossa riqueza gastronómica é um dado adquirido não vale a pena estar a lembrar ou defender o óbvio, a nossa gastronomia é muito baseada na autenticidade dos sabores, talvez por ser uma gastronomia muito assente na cultura marcadamente rural que infelizmente por algum lado e muito felizmente por outro mantivemos durante mais tempo do que o resto da Europa.
O choque resulta essencialmente da tentativa atabalhoada que está ser feita de moldar as nossas práticas culinárias/culturais ao urbanismo/internacionalismo tido como aceitável a eurocratas nados e criados em assépticos apartamentos em assépticas cidades, em vez de se estar a adaptar os normativos comunitários à realidade e singularidade de cada região, para não só as manter mas, as exaltar, conforme os verdadeiros objectivos da construção da Europa Comunitária.
A grande força da Europa deveria estar assente na diferença, mas hoje o grande esforço de construção é essencialmente o de arroteamento…a diferença é perigosa porque é de difícil e exigente governo e na Europa já foi muitas vezes mortífera, se queremos a Europa Comum construída à velocidade que a estamos a construir, identidades terão de ser arroteadas… porque não começar pela cozinha?
A nossa riqueza gastronómica é um dado adquirido não vale a pena estar a lembrar ou defender o óbvio, a nossa gastronomia é muito baseada na autenticidade dos sabores, talvez por ser uma gastronomia muito assente na cultura marcadamente rural que infelizmente por algum lado e muito felizmente por outro mantivemos durante mais tempo do que o resto da Europa.
O choque resulta essencialmente da tentativa atabalhoada que está ser feita de moldar as nossas práticas culinárias/culturais ao urbanismo/internacionalismo tido como aceitável a eurocratas nados e criados em assépticos apartamentos em assépticas cidades, em vez de se estar a adaptar os normativos comunitários à realidade e singularidade de cada região, para não só as manter mas, as exaltar, conforme os verdadeiros objectivos da construção da Europa Comunitária.
A grande força da Europa deveria estar assente na diferença, mas hoje o grande esforço de construção é essencialmente o de arroteamento…a diferença é perigosa porque é de difícil e exigente governo e na Europa já foi muitas vezes mortífera, se queremos a Europa Comum construída à velocidade que a estamos a construir, identidades terão de ser arroteadas… porque não começar pela cozinha?