Quanto mais baixo o poder de discernimento do eleitorado mais obrigado fica o político, no quadro actual, de com verborreia ardilosa (lembra alguém?), encantar e deleitar o tosco “Zé povinho”. O político se acredita em si, acha honestamente que fará melhor do que o seu adversário, acha que será melhor governante do que o seu adversário e como tal, no actual quadro, pressupõe e julgo que até com uma certa justeza que o delito se justifica pelo bem da nação.
O processo será muito idêntico ao fantasioso que é, deixar aos empresários a responsabilidade de assumirem comportamentos ecologicamente responsáveis pela ética que devem ter.
Um empresário de tinturaria que muito eticamente instale todos os filtros e aparatos necessários ao equilíbrio ecológico é o futuro ex-patrão de futuros desempregados. As empresas suas vizinhas não instalaram, como tal oferecem aos mesmos clientes produtos iguais, a preços mais baixos, como tal terão ganhos em clientela, correspondentes às perdas do nosso empresário responsável, ao perder clientela, a competitividade baixa, e está estabelecida a espiral que acabará na massa falida.
Com os políticos, hoje acontece o mesmo, o eleitorado é que baliza a demência admitida e os perseguidores do poder se o querem, terão de aproveitar todo o terreno balizado.
Nunca de me deixo de lembrar de uma sondagem da UC, por altura do confronto Guterres/Durão em que a mesma sondagem dava o Guterres como mais honesto e o Durão como ganhador….quando no quadro actual a honestidade, integridade e frontalidade são relegados a planos inferiores, resultam sociedades onde o Estado de Direito cada vez mais é percebido como sendo uma miragem.