quarta-feira, setembro 29, 2010

...e esta hem?

Líder socialista não revela o sentido de voto do PS
José Sócrates: primeiro-ministro escondeu "a parte má" do Orçamento de Estado
Por Lusa
12.10.2004
O secretário-geral socialista, José Sócrates, recusou-se hoje a revelar o sentido do voto do seu partido sobre o Orçamento de Estado para 2005, adiantando que o PS vai "espera para ver", depois de o primeiro-ministro ter anunciado uma descida nos impostos.

Em declarações na Ribeira Grande, na ilha de S. Miguel, no início de uma acção de campanha para as regionais de domingo, Sócrates afirmou que a promessa de descida de impostos em 2005 feita ontem pelo primeiro-ministro apenas revelou a "parte boa, escondendo a parte má" do Orçamento de Estado (OE).

Para se pronunciar em definitivo sobre o OE, o PS precisa de saber se o Governo mantém o propósito de redução dos benefícios fiscais nas áreas das poupanças-reforma e habitação e sobre a sua política em matéria de pagamento de despesas de saúde, adiantou o secretário-geral socialista.

Se persistir no que tem sido anunciado nesses domínios, o Executivo de Pedro Santana Lopes estará a dirigir um "ataque à classe média" que se revela "injusto e inadequado" e ao qual os socialistas se oporão, garantiu.

No Congresso do PS Sócrates já adiantara que se o Governo eliminar os benefícios fiscais que incentivam a poupança, o partido votará contra a sua aprovação.

José Sócrates criticou também o que considerou ser o recurso à televisão para divulgação da proposta de OE e acrescentou que pelo que foi divulgado pelo primeiro-ministro, o novo Governo de coligação PSD/CDS-PP parece querer substituir a "obsessão do défice" pela "obsessão da campanha eleitoral".

segunda-feira, setembro 06, 2010

A falta de pachorra e o desânimo atingem níveis inacreditáveis, realmente há muito tempo que não passo por aqui, a sensação de isolamento, de anormalidade dentro desta sociedade completamente enlouquecida, anestesiada e estupidificada imple-me para a inacção, nada vale a pena e no entanto tudo é necessário.
O pregar no deserto também faz bem, à alma de quem prega, liberta pressões que assim não se acumulam de forma nociva dentro de nós. Tenho realmente que me disciplinar e com alguma regularidade manter este ritual de pregação expurgativo da alma...

quinta-feira, maio 28, 2009

Toca as rais do absurdo o episódio da Manuela Moura Guedes e do Marinho Pinto, ambos já sabemos são pouca coisa mas há limites... um bastonário da ordem de Advogados é aquilo? que vergonha.
Igualmente vergonhoso é o clubismo que atacou até pessoas que normalmente apesar de socialistas, costumam ser racionais, bem sei que o Marinho Pinto parece o moço de recados de Socrates, mas tem de haver decoro, então e se fosse um nao alinhado com o PS com responsabilidades semelhantes a ter essa atitude? caía o Carmo e a Trindade, mas como foi o Marinho Pinto e como há que perservar a sua imagem lá está rede socretina a funcionar a abafar a triste figura...não vejo outro explicação plausível.

quinta-feira, março 26, 2009

A ânsia desesperada com que se procuram pontos de potencial conflito com a igreja é interessante e por certo será reveladora de algum posicionamento ou interesse reinante nos meios de comunicação social.
Quando comparo o que Sua Santidade disse no que respeita ao preservativo com o que se disse e escreveu por uma profusão de falantes e escritores faz temer de no mínimo ter havido um estranho surto de iliteracia.
Sua Santidade o Papa, tem como obrigação, por ele aceite, fazer de sua vida uma caminhada no papel de Santo. Ninguém pode ser Santo sem ser coerente com a doutrina que professa e a doutrina católica tem como valor mais absoluto a vida, exactamente porque a vida se confunde com Deus. Deus sendo o todo está também de forma completa presente em cada forma de vida, por conseguinte acabar uma vida mesmo que na forma de potencial é acabar ou negar uma vida de Deus a Deus.
A postura do bem absoluto não é necessariamente cómoda, fácil ou sequer para alguns atingível. Através de um esforço de conceptualização para vermos a vida numa perspectiva de perfeição de doação ao próximo e de plenitude de amor, poderemos atingir essa visão, a partir daí não faz sentido, não é coerente o sexo que não, o monogâmico e conceptivo.
O facto é que nós, os comuns mortais, não somos perfeitos, usamos o sexo muitas vezes ao longo da nossa vida com fundamentos muito mais ligados a um hedonismo egoísta do que a qualquer outro sentimento, não podemos é, querer para nosso conforto e paz de alma que Sua Santidade passe a mão na nossa cabecinha e que fiquemos perdoados das vezes que usamos o próximo muito mais para nossa própria satisfação do que movidos de um verdadeiro espírito de amor.
Não encontro qualquer dificuldade em perceber a necessidade e propriedade desta posição em termos de coerência doutrinária.
Quanto à luta no terreno contra a SIDA, mais uma vez a solução do látex é a solução fácil procurada por quem quer de forma expedita ficar com a consciência tranquila…o preservativo a meu ver, poderá e deverá ter o seu papel profilático, sim ninguém quer que se salvem só os santos, mas efectivamente não é por si a solução do problema.
O certo é que os verdadeiros instrumentos que poderão debelar ou controlar o flagelo da SIDA são muito mais, uma repartição justa da riqueza, a não exploração de povos por outros povos, a luta contra a corrupção e a educação das populações, sem dúvida que com estes instrumentos realmente implementados no terreno poder-se-á resolver ou pelo menos controlar o problema da SIDA, com látex, por muito que seja e sem resolver estes problemas vamos continuar a ter a SIDA como flagelo.

domingo, março 15, 2009

Ainda mais assustador do que a patente incompetência e desonestidade do actual governo de Portugal, é o facto de me sentir incapaz de com o actual quadro partidário conceber um mix que me satisfizesse em termos de expectativa de boa governação.
O PC, Verdes e Bloco de Esquerda são um tipo de politiquice demagógica que desde os anos 40 só enganam o povo iletrado, românticos mal informados ou gente medíocre e dos anos 50 para cá, só mesmo iletrados, ingénuos e os que, com má fé, os encaravam e encaram como uma via para o poder pessoal.
O PSD e PS ,cada vez fica mais difícil de os distinguir…a medida das suas diferenças tem muito mais a ver com os diferentes interesses pessoais das cúpulas partidárias do que com qualquer outra coisa.
O CDS/PP está transformado num cata-vento sem fé no que tão veementemente apregoa, vende-se rapidamente a qualquer preço ante a expectativa de diminuição de sua expressão eleitoral.
O governo desejável neste momento da história nacional teria obrigatoriamente de contar com um factor de estabilidade, uma nova maioria absoluta é cada vez mais improvável e a partilha do poder pelos partidos portugueses é impossível, porque quando o poder é encarado como forma de enriquecimento próprio de forma rápida e substancial não é passível de partilha, porque os podres necessariamente terão de ser escondidos dos inimigos e só o serão se as trincheiras forem distintas, não são possíveis as negociatas desejadas por todos, convivendo todos, na mesma trincheira.
A solução política poderá, infelizmente, vir a ser consequência da verdadeira crise que virá de forma cada vez mais previsível no terceiro trimestre deste ano e que se instalará no mundo mas de forma especial no país durante todo o ano de 2010, talvez aí o eleitorado entenda que para o governar precisa de homens com valores diferentes dos que hoje estão no poleiro ou a ele são candidatos, porque as suas necessidades serão tambémoutras bem diferentes das actuais ao verem aquilo que se habituaram a ter como garantido a ser-lhes subtraído pelo colapso global das estruturas construídas com base em realidades virtuais.Não sei ao certo, qual será a extensão das consequências e sequelas que teremos de absorver pela ruptura anunciada dos mercados financeiros do leste, o que sei decisivamente é que, se ela vier, não temos Skipper para a medida da tempestade.

quinta-feira, março 12, 2009

Almeida Santos no seu esplendor....como é possível um político num país como Portugal, numa situação como a portuguesa dizer isto? mesmo sabendo que vem de Almeida Santos é supreendente...

«Não se paga aos deputados o suficiente para que sejam todos apenas profissionais, sobretudo quando são profissionais do direito ou fora do direito. No caso do advogado, se tem um julgamento não pode estar na assembleia e no julgamento ao mesmo tempo» (mais coisa menos coisa 10 salários minímos...)

«Quanto às justificações para as faltas, é verdade que a sexta-feira é, em si própria uma justificação, porque é véspera de fim-de-semana. Eu compreendo isso. Talvez esteja errado que as votações sejam à sexta-feira. Não julguemos também que ser deputado é uma escravatura, porque não é, nem pode ser. É preciso é arranjar horas para a votação que não sejam as horas em que normalmente seja mais difícil e mais penoso estar na Assembleia da República»...Acabei de descobrir que sou escravo....

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

E depois incomoda-o essa coisa de Pinóquio...
"O Governo divulgou um pomposo documento intitulado "Políticas de Valorização do Primeiro Ciclo do Ensino Básico em Portugal", elaborado por cinco peritos ditos independentes.O perito português foi nomeado subinspector-geral da Educação em 1.1.2007 e veio a ser nomeado presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores em 1.11.2008. O CCAP existe na dependência directa do membro do Governo responsável pela área da educação (art.º 134 do DL 15/2007, de 19 de Janeiro). Parece pois tratar-se de um independente que, à data do documento (Dezembro de 2008), estava na dependência directa do Governo!Este verdadeiro oxímoro dialéctico não impediu o PS, nem o Ministério da Educação, nem o primeiro-ministro (este em plena Assembleia) de garantirem a independência dos peritos.Mas temos ainda a Deborah."A Deborah", assim ternurentamente tratada com a familiaridade dos grandes pelo primeiro- -ministro, como se viu na televisão, escreveu o prefácio. O PM chegou a afirmar no Parlamento que o relatório tinha sido assinado por ela.A dama é chefe de divisão das Políticas de Educação e Formação da OCDE desde meados de 2007. É uma economista que não publicou até hoje, que se saiba, uma única linha sobre questões de educação a não ser o tal prefácio (ver a lista actualizada do que ela escreveu em http/econpapers.repec. org/RAS/pro105.htm).Pois a Deborah prestou-se a vir a Lisboa armada em lavandisca promocional só para servir um objectivo do Governo socialista: o de fazer passar a ideia de que se tratava mesmo de um relatório da OCDE.E diz muito ufana que a avaliação feita "segue de perto a metodologia e abordagem que a OCDE tem utilizado para avaliar as políticas educativas em muitos países membros ao longo dos anos". Vejamos.Na pág. 26 informa-se que a avaliação teve por base um "relatório abrangente", preparado pelo próprio ministério, descrevendo as medidas e fornecendo muita informação e dados. "Foi estudado antes da visita de seis dias a Portugal de uma equipa internacional para entrevistar os principais actores educativos e visitar um pequeno número de escolas". De págs. 87 e 88 deduz-se que, em 14 reuniões, os peritos se avistaram com 2 secretários de Estado, 4 elementos dos serviços centrais, 7 dos serviços regionais, 3 do IGE, 4 peritos, 3 coordenadores dos programas de formação contínua de professores, 3 elementos das associações profissionais de professores, 5 coordenadores de escolas do primeiro ciclo do meio urbano e outros 5 do meio rural, 3 membros da Confederação das Associações de Pais, 5 do Conselho das Escolas, 3 do Conselho Nacional de Educação, 4 dos sindicatos e 7 representantes das autoridades locais (Guimarães, Gondomar, Santo Tirso, Amadora, Ourique, Lisboa e Portimão, sendo que "só" seis destas sete autarquias são PS).De derrear um cristão! Umas 57 pessoas, pelo menos, mais as deslocações e os encontros do Minho ao Algarve, 11 escolas, cinco direcções regionais, tudo isto numa lufa-lufa, tudo isto numa maratona esfalfante, tudo isto sem tempo para fazer chichi, tudo isto em seis dias, seis, num inglês dos intervenientes lusitanos, que se supõe mais ou menos pedestremente técnico, e num português dos quatro peritos estrangeiros, que não pode deixar de ser ágil e escorreitíssimo, para eles terem conseguido perceber e qualificar tanta coisa em tão pouco tempo.Talvez por isso, a adjectivação seja bastantemente esbaforida: "ambição" e "rapidez" sem paralelo internacional, "ampla melhoria", "excelente relatório nacional" (o tal preparado pelo ministério), "impressionante conjunto de dados", "enorme sucesso" (p. 13), "visão política clara", "elevado conhecimento estratégico", "resposta corajosa e imaginativa" (p. 17), "desenvolvimentos impressionantes" (p. 18), "excelente modelo de formação contínua", "impressionante leque de informação" (p. 19), "liderança decisiva e visionária", "modelo admirável" (p. 44), "grande sucesso", "professores bastante entusiasmados" (p. 47), coisas assim.Se é assim que a OCDE trabalha, estamos bem aviados! Resta saber quem é que intermediou toda esta batota e quanto é que ela custou."
(Vasco Graça Moura, DN 04.02.09)