O Tempo das Aparências
Vivemos o tempo das aparências, o que realmente importa é o que parece, é a cultura da multimédia e do virtual no seu auge.
Não importa para nada que os portugueses saibam ou sejam competentes nas suas profissões o que realmente importa é se estão, diplomados, certificados de forma que na estatística pareça que estamos bem na fotografia com os nossos parceiros.
Não se bebe pelo prazer de beber, bebe-se pela afirmação de o fazer, não se fica bêbado por falta de auto-controle da nossa gula, fica-se bêbado por exercício de vontade de o ficar pela ingestão, não de bebidas com álcool, mas de gramagem de álcool.
Não é importante se sentir bem, é importante parecer feliz e a “curtir”, nada é bom ou satisfatório se feito em solidão, é necessária a assistência de terceiros para que resulte a exibição, nada se pode fazer em silêncio, tudo tem de ser ruídoso.
No fundo é isso mesmo, a nossa sociedade está -se transformar numa sociedade de exibicionistas, o exemplo vêm de cima quando já todo o mundo informado sabia que o período de recessão que atravessamos seria complicado e demorado a resolver, o governo português papagueava aos quatro ventos que tudo ia bem e tudo se iria resolver como se a imposição de uma imagem pela força da vontade apagasse a realidade.
Os ministros não têm que governar só têm de dar a impressão que governam, por isso é muito mais importante andarem a cirandar nas distribuições e fiscalizações de coisas e coisinhas do que se fecharem num gabinete a estudar…