Segundo informações públicas o cerco ao controlo de velocidade irá ser mais apertado e de consequências mais importantes, mas e quem se terá de responsabilizar pelo aumento de acidentes nas auto-estradas por adormecimento do condutor, como consequência previsível do novo código da estrada? Será razoável considerar 120km/h como a velocidade máxima aceitável numa auto-estrada, em termos de segurança a 120km/h numa auto-estrada deverá corresponder a 40-50km/h na estrada nacional...porque manter os 90km/h na estrada nacional? sabendo ainda para mais a falta de qualidade patente na construção das nossas estradas. Será a mesma banbochata de sempre, neste país, que institucionalizou que a lei não é para cumprir sempre, só de vez em quando e sempre dependendo de algo muito pouco definido, como quando num acto de genialidade criaram as placas, as zonas e as épocas de tolerância zero, instituindo assim que a aceitabilidade do não cumprimento da lei fora das referidas zonas ou épocas.Será assim tão descabido marcar um limite de 140 e multar a 141? Qual será a nova práctica corrente de tolerância da BT. Será ou não verdade que com leis desta qualidade, quem legisla efectivamente deixa de ser o legislador e passa a ser o soldado da BT, ali no terreno, na hora conforme qualquer coisa, a cara, a disposição, o presente….?
segunda-feira, maio 24, 2004
Foi engraçado ver que há alguns portugueses muito preocupados, até consternados com despesismo do estado espanhol no casamento real, devem estar com receio de ainda termos de ajudar os espanhoís a sair do atraso deles...mas só à laia de curiosidade porque não dar uma olhadela no orçamento Geral do Estado, rúbrica Presidência da República...
segunda-feira, fevereiro 16, 2004
O nosso projecto nacional não anda e demora a aparecer alguém com a coragem clarividente de dizer, chega de pirísmos, chega de sermos governados por parolos, no estado, nas televisões e nos jornais. O nosso mal já vem de longe, muito longe quando a camada social portuguesa mais esclarecida e civilizada, se demitiu de seu papel social por falta de "pachorra" para aturar o baixo nível da discussão pública que se instalou em Portugal, refugiou-se de um ambiente hostil, agressivo e infeliz que caracteriza cada vez mais a sociedade portuguesa. As decisões são tomadas sem qualquer noção de continuidade histórica, tanto relativamente ao passado como ao futuro. Quem não respeita a história de hoje, age, sem pudor dos julgamentos de amanhã, é a desresponsabilização, a irresponsabilidade tornada norma. Vamos começar pelo centro dos nossos males como sociedade ineficiente, a Educação. Muito se fala, muito se discute, muito se concorda que a educação está mal, mas a meu ver nada ou muito pouco se faz para resolver de forma racional e coerente. Falta aqui a coragem de arriscar a vitória numas eleições em prol do bem maior. O sistema de ensino em Portugal mais visado nas atenções e simultaneamente mais de meios dotado para resolver seus problemas é exactamente o que funciona menos mal, em relação aos nossos parceiros, o ensino superior. Tem sido assim porque o ensino superior é o único com uma relação directa nos votos, a totalidade do sistema, tirando um ou outro aluno do 1ºano vota, enquanto nos restantes, só os professores e funcionários têm expressão eleitoral. São muitos votos por um lado e muito poucos por outro e como a valorização do saber nunca foi muito prática corrente em Portugal, é muito mais importante ser primo deste ou daquele, ser deste ou daquele partido.A Escola tal como tem sido encarada só tem ajudado a sedimentar na população em geral essa noção de inutilidade, facilmente substituível por outra forma de actividade. O ensino em Portugal está a ser visto de pernas para o ar, há anos, terá de se criar a consciência de que para o sucesso do sistema educativo nacional a Primária é mais importante do que o Ciclo, que é mais importante do que o Secundário, que por sua vez é mais importante do que o Superior. Um mau professor no Superior lesa o país em "10" um mau professor Primário lesa em "100". Um aluno no ensino Superior que apanhe um pior professor, ou piores equipamentos escolares, a principal consequência será a de ter mais trabalho, terá de fazer mais pesquisa, terá de compensar com mais estudo, demorará algum tempo mais a chegar lá...enfim é um adulto que pode repudiar a má prestação do seu professor e procurar compensações noutros professores, ou em vias alternativas como fonte de informação ou estrutura física de trabalho. Quando um aluno da primária apanha um professor pior e se isso lhe acontecer, provavelmente sê-lo-à durante 4 ou 5 anos...., exactamente os 4 ou 5 primeiros anos do seu percurso escolar, onde o que lhe acontecer nestes anos em termos de experiência com o estudo, com a satisfação da curiosidade pessoal e a gratificação do saber e do conseguir, poderá essa vivência a marcar a diferença, entre o país amanhã, ter mais um trolha, ou mais um cientista. Falar de qualidade ensino não é só falar de bons ou maus docentes falar de qualidade é falar das condições gerais de um sistema em que os docentes não têm mais do que um papel no sistema e não os docentes serem a própria qualificação do sistema. Como é possível escolas primárias com dezenas de alunos serem às dezenas, nos nossos concelhos, como é possível o estado se ter demitido da sua função de fornecedor de um sistema educativo completo nomeadamente na vertente desportiva, o clubismo em Portugal, o terceiro mundismo dos estádios não serão consequência disso? As escolas têm de ser pensadas e estruturadas por forma a poderem garantir uma formação completa e não parcial dos portugueses. A nossa pequenez não têm de ser um problema para tudo, em certas áreas poderia até ser uma vantagem, não temos os problemas das macro metrópoles dos grandes, poderíamos ter todo o sistema a funcionar com condições, com espaço. Porquê insistir em modelos que já não faziam sentido há décadas atrás, porquê o estado português continua a insistir que é mais importante para um aluno demorar 10 minutos de casa à escola do que ter na escola biblioteca, laboratórios, campo de jogos, piscinas etc. Seria uma demonstração de coragem e lucidez elaborar o manual das condições mínimas para funcionamento de uma escola em território nacional, número mínimo e número máximo de alunos, equipamento mínimo, segurança mínima..... Caso a realização deste manual obedece-se somente à lógica do interesse na educação quantos escolas estariam hoje em condições de se manterem abertas?
16/02/2004
16/02/2004
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